OSWALDO GOELDI

Oswaldo Goeldi (1895-1961) gravador, desenhista, ilustrador e professor, nasceu na cidade do Rio de Janeiro. Logo após seu nascimento e até os seis anos de idade, morou em Belém (PA) com seus pais, Adelina Meyer Goeldi e Emílio Augusto Goeldi. Seu pai, renomado zoólogo e naturalista suíço, deu nome a uma das mais importantes instituições de Belém, da qual foi diretor: o Museu Paraense Emílio Goeldi, sempre voltado à pesquisa e vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil – desde sua fundação, em 1866, concentra suas atividades no estudo científico dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia.

 

Oswaldo Goeldi viveu na Suíça até o falecimento de seu pai, em 1917. Depois disso, abandonou o curso na Escola Politécnica para se matricular na École d’Arts et Métiers, em Paris. Decepcionado com a escola, passou a ter aulas com Serge Pahnke e Henri Van Muyden. Em 1917 realizou sua primeira exposição individual em Berna, Suíça, quando conheceu a obra do austríaco Alfred Kubin, seu mentor artístico.

 

Na mesma época tornou-se amigo de Hermann Kümmerly, com quem fez suas primeiras litografias. De volta ao Brasil, em 1919, executou trabalhos como ilustrador. Dois anos depois, ao expor no saguão do Liceu de Artes e Ofícios, aproximou-se de pessoas interessadas na renovação da arte, aderindo ao movimento que culminaria na Semana de Arte Moderna de 1922. A partir de 1923 dedicou-se intensamente à xilogravura que conheceu com Ricardo Bampi.

 

Fez trabalhos para revistas, livros e periódicos. Em 1930 lançou o álbum "Dez Gravuras em Madeira", prefaciado por Manuel Bandeira, cuja venda permitiu seu retorno à Europa, onde expôs novamente em Berna e em Berlim. Por volta de 1932 retornou ao Brasil e começou a experimentar o uso da cor em xilogravuras.

 

Nos anos 1940 a vida de Oswaldo Goeldi como ilustrador se consolida. Em 1941, colabora regularmente no suplemento literário do jornal A Manhã, do Rio de JaneiroNa mesma década realiza imagens para a revista Clima e para livros de Dostoiévski e Cassiano Ricardo. O reconhecimento para seu trabalho torna-se mais evidente a partir de 1950, ano em que expõe na 25ª Bienal de Veneza. Um ano depois ganha o prêmio de gravura da 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Nessa década a cor aparece de maneira mais pronunciada em suas gravuras. Em 1956 é realizada sua primeira retrospectiva, no MAM/SP-Museu de Arte Moderna de São Paulo. Nesse momento já é um artista de renome. Atua também como professor, carreira que começou em 1952 e, após três anos, o levou a ensinar xilogravura na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA).

 

Oswaldo Goeldi morreu em 15 de fevereiro de 1961, uma quarta-feira de cinzas, em seu apartamento no Leblon, Rio de Janeiro.

 

Sua obra permanece ao longo do tempo, tendo participado de mais de uma centena de exposições póstumas no Brasil, Argentina, França, Portugal, Suíça e Espanha. Seu reconhecimento como “O Pai da Gravura Brasileira” denota sua obra como referência no campo das artes visuais e da gravura no mundo inteiro. Seu acervo é preservado e difundido pelo Projeto Goeldi.