ERNST LOHSE

Ernst Lohse (1873-1930) fotógrafo, desenhista e litógrafo, nasceu na Alemanha, filho de Friedrich Hermann Lohse e de Henriette Ernestine Lohse.

 

Pouco se sabe de sua vida pretérita. Apenas que muito cedo emigrou da Alemanha para o Pará, para trabalhar na famosa casa impressora “Estabelecimento gráfico C. Wiegandt”, a convite do proprietário, Hans-Karl Wiegandt. Em 1897 foi contratado por Emílio Goeldi para exercer a função de desenhista litógrafo e encarregado do laboratório fotográfico no Museu Paraense de História Natural e Etnografia, onde havia sido instalada uma oficina para produção de litogravuras e um laboratório fotográfico.

 

No Museu Paraense, Lohse se revelaria um técnico de categoria, não apenas como litógrafo e desenhista, mas também como eficiente auxiliar em várias funções, ora na Seção de Zoologia como preparador, ora no parque Zoobotânico desenhando placas informativas, ora no serviço meteorológicos e também em viagens de exploração. 

 

Durante anos Lohse ilustrou inúmeros trabalhos para os cientistas do Museu, principalmente ilustrações científicas e fotografias. Trabalhos estes publicados nas revistas do Museu (Boletim e Memórias) e estrangeiras. Entretanto,sua maior contribuição à ciência e à arte são as maravilhosas 48 estampas coloridas representando 337 espécies que compõem o “Álbum das Aves Amazônicas”, publicado por Emílio Goeldi em 1900. 

 

Lohse foi autor também das plantas de vários prédios localizados no parque do Museu, entre as quais é necessário citar o prédio “sui generis”, em estilo chalé suíço, localizados na lateral da rua Nove de Janeiro. Neste particular, no entanto, sua contribuição mais importante foi a edificação do mais antigo aquário público do país, o Aquário Jacques Huber (hoje completamente descaracterizado no estilo exterior e disposição interna). 

 

Em Março de 1911 Lohse demitiu-se do Museu para dedicar-se à iniciativa privada, fundando a sua Lito-Tipografia Ernest Lohse e Cia. Não adaptado ao novo ambiente, retornou ao Museu Paraense em janeiro de 1926 no cargo de Preparador de Zoologia, nomeado pelo Govenador, por interferência do seu amigo Rodolfo Siqueira Rodrigues, então Subdiretor da instituição. 

 

Finalmente, durante os dias agitados da revolta do 26º Batalhão do exército, soldados isolados e depredadores forçaram, no dia 6 de outubro, a entrada do Museu pela Av. Independência, no exato momento em que Lohse se aproximava do local. O artista tentou dialogar, porém não foi compreendido. Acabou baleado pelas costas por um dos soldados, falecendo aos 57 anos. Foi sepultado como indigente no cemitério de Sta. Izabel em Belém. 

 

Em 1932 o então diretor do Museu Goeldi Carlos Estevão de Oliveira conseguiu do Interventor federal Joaquim Magalhães Barata a perpetuidade da sepultura de Ernst Lohse. 

 

Artista da Amazônia que se debruçou sobre a fauna e a flora da região, com seus inigualáveis desenhos e pinturasda ricos em detalhes e rigor científico, o incomparável Ernst Lohse permanece desconhecido para muitos brasileiros.